Uma questão de princípio!
Texto escrito por Míriam Leitão, extraído daqui.
Imagem extraída daqui.
Sakineh libertada: vitória do futuro
A notícia de libertação da iraniana é maravilhosa. Às vezes, a luta por uma pessoa se transforma na luta por um princípio. Isso foi o que tanta gente boa no mundo entendeu e no Brasil também. Houve mobilização pela internet, abaixo assinado, campanhas.
Aqui, houve uma campanha no twitter do #ligaLula, pedindo que o presidente brasileiro usasse sua influência e amizade com o lider iraniano pedindo por ela. Ele relutou e disse que era assunto interno e depois, por força do palanque, mas em boa hora, começou a usar os canais diplomáticos e as declarações em favor da iraniana.
A primeira vitória foi o cancelamento do apedrejamento. A segunda e definitiva é a libertação, coisa que todos os que assinaram o abaixo-assinado queriam. A entrevista da presidente eleita do Brasil, Dilma Rosseff, foi claríssima em dizer que seria ainda mais intransigente nessa questão.
O apedrejamento é uma forma bárbara de morte que tem que ser abolida. Mas o caso da Sakineh tinha também outros elementos: ela “confessou” o adultério depois de levar 99 chibatadas. O processo no meio foi transformado de adultério em acusação de suposta participação no assassinato. O advogado perseguido teve que se exilar. O filho que lutava pela mãe também foi perseguido e preso. Enfim, toda a face autoritária do governo de Mahmoud Ahmadinejad apareceu nesse caso.
A causa de Sakineh é a causa da mulher vítima de difererentes formas de violência no mundo inteiro. No Paquistão, Mukhtar Mai representou isso. Quem não se lembra, um refresco da memória: Mukhtar Mai foi condenada a estupro coletivo porque seu irmão de 12 anos teria supostamente namorado uma moça de 19 anos de uma casta superior. Os donos da localidade onde ela mora condenaram a irmã pelo que o pobre do garoto estava sendo acusado.
Pela Sharia, o ritual é macabro. Ela foi currada em praça pública e depois tinha que ir andando nua até em casa. Seu pai quebrou a regra e a cobriu com um manto. A familia se uniu e a protegeu. Normalmente, mulheres que passam por isso se matam de vergonha. Ela lutou na Justiça comum pelo julgamento dos culpados. Foi vitoriosa. Ganhou prêmios internacionais e usou o dinheiro para construir uma escola onde meninos e meninas estudam. É uma história inspiradora que está no livro “A Desonrada”.
Existem outras Sakinehs por aí, outras Mukhtar Mai. Mas hoje a luta da mulher caminha assim. De vez em quando, uma representa todas. Sakineh é hoje a soma das mulheres que querem um mundo de direitos iguais. No futuro, isso será possível. A libertação dela é um passo em direção ao futuro. Tomara que a notícia se confirme.

Tags: Liberdade, mundo, Notícia, Sakineh Esse texto foi postado em quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 às 22:51 nas categorias Liberdade, Notícia, mundo. Você pode seguir as respostas pelo RSS 2.0. Você pode deixar um comentário, ou trackback do teu próprio site.
10 de dezembro de 2010 às 05:03
Sonia, que VITÓRIA! Que MARAVILHA o que aconteceu a esta mulher! O MUNDO gritou numa só voz por justica.
Ó Deus até quando esses homens bárbaros ainda regirao?
Parabéns pelo post, amiga.
Um grande beijo
13 de dezembro de 2010 às 10:33
Amiga,
Parece que ainda não foi libertada, não é…. Alarme falso…
E ela é somente uma entre tantas mulheres passando pelo mesmo martírio…
Ó céus….
15 de dezembro de 2010 às 08:25
ELA NAO FOI LIBERTADA….
TENHO PENA DELA? NEM TANTO…EU TENHO PENA É DOS ALGO0ZES DELA…ESSES, SIM, VAO PAGAR UM PRECO CARO..SE NAO, HOJE, MAS, BREVE
DIAS FELIZES E FELIZ NATAL
15 de dezembro de 2010 às 10:51
Pois é. Infelizmente. Foi alarme falso. Ela é um símbolo, pois sei que há muitas outras na fila da morte.
Que mundo, amiga…