Saiu no jornal de hoje: Oásis tropical no Complexo do Alemão
Piscinão formado durante escavação de pedreira vira paraíso na favela. Empresa alerta para risco
POR JOÃO NOÉ
Rio – Um piscinão cristalino de mais de 11 mil metros quadrados virou a mais nova área de lazer do Complexo do Alemão. O oásis de águas caribenhas na comunidade se formou no início do ano, durante escavações em pedreira que atingiram o lençol freático. Localizada no Parque da Serra da Misericórdia, no topo do complexo, a ‘lagoa azul’ do Alemão é frequentada por banhistas em dias de sol, como noticiou ontem a ‘Band’. O movimento é tanto que ambulantes instalaram barraquinhas improvisadas à margem do piscinão.
Especialistas afirmam, porém, que a água acumulada para formar a piscina não pode ser apenas da chuva. Segundo o geólogo da Uerj Mauro Geraldes, a limpidez da lagoa indica que o lençol freático foi atingido durante as escavações realizadas pela empresa, que é proprietária da pedreira há 17 anos. A piscina tem área que corresponde a quase metade da área do Piscinão de Ramos e virou sucesso entre os moradores.
PLANOS INCLUEM ATÉ CICLOVIA
A secretária estadual de Ambiente, Marilene Ramos, soube do piscinão no fim de semana, quando recebeu e-mail com fotos do local. Ela afirma que vai tratar do assunto na próxima terça-feira, quando se reúne com representantes da Empresa de Obras Públicas do estado (Emop). A sua proposta é que o ‘piscinão’ seja incluído em obra de urbanização, prevista para ser financiada com recursos do PAC. “Ainda não debatemos a questão. Vamos estudar a possibilidade de integrar o piscinão ao parque de lazer que vai ser construído no local. A Secretaria Estadual de Ambiente vai analisar a qualidade da água de lá e cuidará de eventuais licenciamentos”, afirmou.
A Emop informou que, a partir de abril, serão iniciadas as obras de urbanização do Parque da Serra da Misericórdia e, entre as melhorias previstas, está a construção de ciclovia no entorno da piscina. A Emop afirma que ainda entrará em contato com os proprietários da área para verificar a viabilidade das obras. A empresa diz que há risco para a população, pois no local são realizadas ações como “detonações e manobras com equipamentos móveis industriais pesados”.
Enquanto a água não é drenada, moradores do Alemão se esbaldam. Um dos frequentadores do piscinão é José Júnior, coordenador-executivo do Grupo AfroReggae. Ele diz que sempre ouviu falar da pedreira, mas nunca tinha ido ao local. Sábado, acompanhou equipe da National Geographic durante um documentário na região e ficou encantado.
E TEVE GENTE QUE ACHOU QUE ERA NO CARIBE
“Realmente é um local muito bonito. Nunca tinha visto nada assim. Já tinha ouvido amigos falarem que havia essa piscina na região. Mas só fui lá na última semana. Pude comprovar que a água da região é muito bonita, do jeito que sempre me falaram. Até brinquei com alguns amigos, mostrando as fotos do local e dizendo que foram tiradas no Caribe. Muitos acreditaram e se surpreenderam quando esclareci que aquilo ali é o Complexo do Alemão”, afirmou Júnior.
Ele é um dos que torcem para o sucesso de obras na região. “Aquele é um lugar muito bonito. O Complexo do Alemão poderia até virar um ponto turístico. Se o governo fizer melhorias no local, vai ser muito bom”.
Área terá uma estação do teleférico
O Parque da Serra da Misericórdia, no Complexo do Alemão, é uma das áreas beneficiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro. Além do parque de lazer previsto e que poderá ser anexado ao piscinão, uma das estações do teleférico em construção fica exatamente nessa região, ligando a comunidade da Penha à do Alemão.
Essa é a estação mais alta do complexo, a 140 metros do nível do mar. Serão ao todo seis estações, percorrendo 2,9 quilômetros. Segundo o governo estadual, a parte mais complicada da implantação do sistema do teleférico, que foram as desapropriações no trajeto das gôndolas e realocações de moradores, está concluída.
Agora, o estado trabalha na montagem dos equipamentos trazidos da França. Polias e roldanas por onde passarão os cabos de sustentação do bondinho serão instalados. A previsão é que o teleférico comece a funcionar em setembro e tenha capacidade para levar dez pessoas a cada viagem.
Os planos do governo são de empregar 60 jovens, que passarão por cursos de capacitação, na operação do bondinho. A previsão é que sejam transportadas 30 mil pessoas por dia. O governo estuda a criação de um sistema em que lixo reciclado seja trocado por bilhetes de teleférico.
Além do teleférico, o estado pretende realizar serviços de saneamento e de construção de moradias. A estimativa é que, ao fim das obras, mais de 26 mil famílias tenham acesso a saneamento básico.


Esse texto foi postado em sexta-feira, 5 de março de 2010 às 12:02 nas categorias Notícia, Rio de Janeiro. Você pode seguir as respostas pelo RSS 2.0. Você pode deixar um comentário, ou trackback do teu próprio site.
7 de março de 2010 às 17:10
Sonia passei aqui pra lhe desejar uma boa semaninha. Bj
9 de março de 2010 às 17:05
Aquele lugar deveria ser preservado como patrimônio da humanidade tendo em vista a falta de água potável no mundo.Enquanto as pessoas não se consciêtizarem tudo estará perdido, como a água.
9 de março de 2010 às 21:02
eu sei que é um paraiso pois sai nele quem nunca foi ver discrimina fala que e orivel mais so nos que famos la podemos falar que é o paraiso.